O disco novo do Queens of the Stone Age, “Villains”,
custa no mercado canadense CS$ 64,98 (aproximadamente R$ 170) a edição especial
para colecionador e CS$ 35 (aproximadamente R$ 92) a edição simples. Caro nas
duas opções, considerando que os discos simples novos eram vendidos nas lojas
entre CS$ 16 e CS$ 22 antes.
E isso tem acontecido em vários mercados, como o dos
Estados Unidos e o da Inglaterra, que puxam as vendas mundiais de discos. O que
tem sido uma situação comum entre as gravadoras é lançar primeiro uma edição
especial mais cara como com um disco colorido ou encarte especial e depois a
edição mais simples e barata. No passado era raro um disco ter uma edição
especial. Era o bom e velho simples disco de vinil preto. A única situação que
rendia mais dinheiro para as gravadoras eram os singles em compactos. Hoje tem
de gramaturas diferentes, discos coloridos, capas e encartes diferentes, entre
outras opções que fazem com que os selos lucrarem mais.
Assim foi com o disco novo do Morrissey, “Low in High
School”, que chegou em dezembro passado nas lojas britânicas numa versão
especial com vinil transparente custando em torno de 23 libras (aproximadamente
R$ 105) e em breve sairá a versão simples com vinil preto que custará menos. A
gravadora lançou ainda uma versão luxuosa em box com seis compactos mais cards
por 40 libras.
DEMANDA - No Brasil os discos novos já são caros há
tempos. Chegando, inclusive, em alguns casos, serem mais caros que os discos
importados. Há discos novos de selos nacionais custando no atacado em torno de
R$ 75. Imagine o lojista/revendedor que paga frete e ainda coloca sua margem de
lucro. O disco passa facilmente de R$ 120 para o consumidor. Em breve, publicaremos
reportagem sobre as fábricas e custo dos discos.
Ironicamente, o mercado fonográfico brasileiro precisa
justamente de mais lançamentos de discos novos para crescer. Ou seja, os selos
e gravadoras precisam lançar mais discos para dar conta da demanda, já que somente
os discos usados das feiras e sebos não dão conta do interesse dos
colecionadores.
OLHOS FECHADOS - Essa
situação mercadológica tem um outro lado. O dos colecionadores fanáticos. Eles
compram qualquer disco que não tenham de suas bandas favoritas. E nem olham o
preço. Assim é o curitibano Joel Zolnier (foto acima) que tem aproximadamente 400 itens em sua coleção do U2. A idolatria pela banda
irlandesa chegou a tanto que ele já pagou aproximadamente R$ 2,6 mil pelo
primeiro compacto do U2, “U2-3”, lançado em 1979, em mil cópias e uma raridade
para achar hoje. “Não penso muito em valor”, diz Zolnier sobre o principal item
da coleção. “Se tenho a grana, compro mesmo. Sem pensar muito, é para a coleção”.
E para quem é colecionador, a gastança
não tem limite. Zolnier espera chegar o box Uber de Luxe, do disco “Achtung
Baby”, que tem dezenas de itens e passa de R$ 3,5 mil.
E também é um compacto de 1979 o item mais raro da
coleção do maringaense Leandro CDX Morais (foto acima). O “Soundhouse tapes” tem as três
primeiras gravações do Iron Maiden antes mesmo da banda assinar com gravadora.
O 7” foi bancado pela banda, vendido na banca dos primeiros shows e nunca
comercializado em lojas. A estimativa de mercado hoje é mais de R$ 2 mil. “Consegui
num rolo com um ex-colecionador que estava vendendo um lote. Acredito que ele
estava meio enforcado com contas”, lembra Morais, que tem aproximadamente 300
itens do Iron Maiden em sua coleção.
Texto: Andye Iore, com informações traduzidas do The Star.com
e Rough Trade
Fotos: Arquivo pessoal, Divulgação, Zombilly
Fotos: Arquivo pessoal, Divulgação, Zombilly
Nenhum comentário:
Postar um comentário