quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Discos novos são lançados mais caros

O disco novo do Queens of the Stone Age, “Villains”, custa no mercado canadense CS$ 64,98 (aproximadamente R$ 170) a edição especial para colecionador e CS$ 35 (aproximadamente R$ 92) a edição simples. Caro nas duas opções, considerando que os discos simples novos eram vendidos nas lojas entre CS$ 16 e CS$ 22 antes.

E isso tem acontecido em vários mercados, como o dos Estados Unidos e o da Inglaterra, que puxam as vendas mundiais de discos. O que tem sido uma situação comum entre as gravadoras é lançar primeiro uma edição especial mais cara como com um disco colorido ou encarte especial e depois a edição mais simples e barata. No passado era raro um disco ter uma edição especial. Era o bom e velho simples disco de vinil preto. A única situação que rendia mais dinheiro para as gravadoras eram os singles em compactos. Hoje tem de gramaturas diferentes, discos coloridos, capas e encartes diferentes, entre outras opções que fazem com que os selos lucrarem mais.

Assim foi com o disco novo do Morrissey, “Low in High School”, que chegou em dezembro passado nas lojas britânicas numa versão especial com vinil transparente custando em torno de 23 libras (aproximadamente R$ 105) e em breve sairá a versão simples com vinil preto que custará menos. A gravadora lançou ainda uma versão luxuosa em box com seis compactos mais cards por 40 libras.

DEMANDA - No Brasil os discos novos já são caros há tempos. Chegando, inclusive, em alguns casos, serem mais caros que os discos importados. Há discos novos de selos nacionais custando no atacado em torno de R$ 75. Imagine o lojista/revendedor que paga frete e ainda coloca sua margem de lucro. O disco passa facilmente de R$ 120 para o consumidor. Em breve, publicaremos reportagem sobre as fábricas e custo dos discos.
Ironicamente, o mercado fonográfico brasileiro precisa justamente de mais lançamentos de discos novos para crescer. Ou seja, os selos e gravadoras precisam lançar mais discos para dar conta da demanda, já que somente os discos usados das feiras e sebos não dão conta do interesse dos colecionadores.

OLHOS FECHADOS -  Essa situação mercadológica tem um outro lado. O dos colecionadores fanáticos. Eles compram qualquer disco que não tenham de suas bandas favoritas. E nem olham o preço.  Assim é o curitibano Joel Zolnier (foto acima) que tem aproximadamente 400 itens em sua coleção do U2. A idolatria pela banda irlandesa chegou a tanto que ele já pagou aproximadamente R$ 2,6 mil pelo primeiro compacto do U2, “U2-3”, lançado em 1979, em mil cópias e uma raridade para achar hoje. “Não penso muito em valor”, diz Zolnier sobre o principal item da coleção. “Se tenho a grana, compro mesmo. Sem pensar muito, é para a coleção”.  E para quem é colecionador, a gastança não tem limite. Zolnier espera chegar o box Uber de Luxe, do disco “Achtung Baby”, que tem dezenas de itens e passa de R$ 3,5 mil.

E também é um compacto de 1979 o item mais raro da coleção do maringaense Leandro CDX Morais (foto acima). O “Soundhouse tapes” tem as três primeiras gravações do Iron Maiden antes mesmo da banda assinar com gravadora. O 7” foi bancado pela banda, vendido na banca dos primeiros shows e nunca comercializado em lojas. A estimativa de mercado hoje é mais de R$ 2 mil. “Consegui num rolo com um ex-colecionador que estava vendendo um lote. Acredito que ele estava meio enforcado com contas”, lembra Morais, que tem aproximadamente 300 itens do Iron Maiden em sua coleção.


Texto: Andye Iore, com informações traduzidas do The Star.com e  Rough Trade
Fotos: Arquivo pessoal, Divulgação, Zombilly

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